Quando discuto política (discuto sim, entro na conversa sempre que o assunto é apresentado), não gosto de conversar e argumentar baseada no quesito honestidade. De uma coisa todos nós temos certeza: esta é uma qualidade rara na política. Aliás, rara no ser humano, aparece com mais força na política porque envolve poder e muito dinheiro disponível.
Comparo logo a uma compra de produto eletrônico em um site: escolhemos alguns modelos e pedimos para o site nos trazer o comparativo. A comparação trás alguns itens importantes e um X para os modelos que os possuem. No caso dos atuais políticos, honestidade é um quesito não marcado em todos “os modelos”.
Será que nós teríamos um X no item honestidade? Pare e pense nos seus “pequenos deslizes”.
Sou da corrente que o homem nasce ruim e o meio o transforma em bom. Por meio leia-se: limites, leis, punições. Não sejamos inocentes: nem as crianças, como já dizia o magistral cineasta Carlos Saura, são. Quer mais um bom exemplo de ótimo cinema que ilustra o meu pensamento: “O Senhor das Moscas”. Assista ao filme e descubra, se ainda não sabe, o que somos capazes de fazer. Se pensa diferente: sabe de nada, inocente!
Por estas e outras, gosto de pensar a política em termos econômicos e aí precisamos ser bem informados para que saibamos distinguir quem pode nos oferecer, ou pelo menos trilhar o caminho rumo ao mundo que acreditamos.
Somos diferentes na forma de ver, entender e acreditar num mundo mais fácil de viver. Você pode crer que o liberalismo é melhor, há os que crêem que deve existir alguma interferência do estado nos assuntos econômicos e os que acreditam no estado comunista, com estado forte e intervencionista.
Eu não acredito no liberalismo, conheço bastante do ser humano e da ganância para crer que o mercado regula a economia.
Mas, mesmo os que preferem um estado intervencionista observam que há formas diferentes de atingir o mundo que acredita melhor. Por isso é importante conhecer para decidir.
Em recente pesquisa, Dilma aparece tecnicamente empatada com Aécio num eventual segundo turno, resultado: as ações da Petrobras tiveram valorização, levando a um resultado positivo da bolsa de valores e queda do dólar. Isso ocorre porque o governo do PT usou fortemente a Petrobras para obter sucesso na sua política econômica. Segurou preço dos combustíveis, evitando crescimento da inflação, o que trouxe como consequência uma queda no lucro da estatal.
Sempre que o governo opta por um caminho, está fazendo em detrimento de outro. Ganhamos algo aqui e perdemos um outro algo ali. Valorizar a Petrobras (que é o que mercado espera que aconteça se a oposição ganhar a eleição) significa realinhar preços de combustíveis, aumentando a gasolina e consequentemente os preços todos os outros produtos que vêm na cadeia (no caso dos combustíveis, praticamente todos). Você pode ser favorável a isso, nada de errado, mas o que precisa é descobrir em que acredita e votar em quem pode viabilizar as suas crenças.
Com exceção de loucos como Collor e seu sequestro da poupança, os políticos procuram fazer o melhor dentro da escola que eles acreditam. Você crê em que?
Há os que crêem que o bolo primeiro precisa crescer para depois ser dividido (vivemos muito tempo sob essa escola) e outros que consideram prioritário uma distribuição mais igualitária para um crescimento com qualidade.
Não é fácil definir em quem votar baseado em premissas bem mais profundas do que a simplicidade de que alguém é ladrão, preguiçoso, abalfabeto, bandido… Para decidir com cautela é necessário o aprofundamento, a leitura, o estudo e mais importante: a análise crítica e criteriosa.
“Conhece-te a ti mesmo”.